A sarcopenia é uma condição clínica que se caracteriza pela perda progressiva de massa muscular e que, além de impactos funcionais e aumento do risco de quedas, também pode causar hospitalizações e mortalidade precoce.

Associada ao processo de envelhecimento, até 50% dos idosos com mais de 80 anos podem apresentar algum grau de sarcopenia, de acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF).

Contudo, a sarcopenia também pode atingir pessoas mais jovens, principalmente aqueles que são sedentários, não se alimentam de forma adequada, têm doenças crônicas e estão sob estresse constante. 

Com o aumento da expectativa de vida, saber o que é sarcopenia, como identificá-la e tratá-la é essencial para manter a saúde e autonomia muscular em todas as fases da vida.

O que é sarcopenia e como acontece

Sarcopenia vem do grego sarx (carne) e penia (perda), significando “perda de carne”. A condição é caracterizada pela perda progressiva de massa muscular esquelética e, consequentemente, da força e da funcionalidade muscular. 

Isso acontece, geralmente, com o passar dos anos, especialmente por conta da queda na produção de hormônios como testosterona e GH, além também da diminuição da síntese proteica e aumento de inflamações crônicas.

Além do envelhecimento natural, outros fatores também podem acelerar o processo de perda muscular, como alimentação pobre em proteínas, resistência à insulina, falta de vitamina D, doenças autoimunes, tratamentos oncológicos e até distúrbios neuromusculares. O uso prolongado de certos medicamentos, como corticosteroides e quimioterápicos, também está entre os fatores de risco para a sarcopenia secundária.

Afeta apenas idosos ou jovens também?

A sarcopenia em idosos é a forma mais comum, mas os casos de sarcopenia em jovens, mesmo sendo menos frequente, tem crescido, principalmente por conta da imobilidade prolongada, hospitalizações e deficiências nutricionais.

A chamada sarcopenia secundária pode afetar pessoas de qualquer idade. As principais causas, nesse caso, são doenças inflamatórias, uso de corticóides, sedentarismo extremo e desnutrição, além de longos períodos de imobilização e hospitalização. 

Por isso, o ideal é fazer exames de diagnóstico de sarcopenia sempre que houver sinais suspeitos, independentemente da idade.

Como é feito o diagnóstico da sarcopenia

O diagnóstico pode ser feito por geriatras, nutrólogos ou endocrinologistas e envolve tanto a observação dos sintomas, como a solicitações de exames. 

Os principais sintomas a serem observados são: 

• Perda de força muscular;
• Cansaço frequente;
• Dificuldade em atividades simples;
• Perda visível de massa magra;
• Quedas ou instabilidade ao caminhar.

Já os exames que podem ser solicitados para o diagnóstico são:

• Densitometria DEXA, para análise da composição corporal;
• Bioimpedância, para verificar a quantidade de massa magra e percentual de gordura;
• Dinamometria, que mede a força das mãos;
• Testes de mobilidade e desempenho físico.

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Qual impacto no dia a dia

Os sintomas de sarcopenia não são apenas estéticos e vão além da aparente perda muscular. Atividades do dia a dia como subir escadas, sentar e levantar sem dificuldade, carregar sacolas ou caminhar certas distâncias tornam-se difíceis. 

Consequentemente, a falta de força gera perda de autonomia, favorecendo quedas, fraturas e até mesmo outras complicações de saúde, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Além disso, é comum que alguns pacientes desenvolvam a obesidade sarcopênica: uma combinação entre perda de músculo e acúmulo de gordura que agrava ainda mais o quadro clínico e funcional.

Como tratar a sarcopenia 

A sarcopenia tem tratamento, com boas chances de um bom prognóstico, principalmente quando o tratamento é iniciado logo. 

Uma das bases do tratamento é a mudança no estilo de vida, o que inclui:

• Atividade física regular (especialmente musculação): Treinos de resistência com acompanhamento profissional são fundamentais para estimular a síntese proteica e aumentar a força muscular.
• Dieta rica em proteínas: O consumo adequado de proteínas (em torno de 1,0 a 1,2g/kg/dia para idosos saudáveis, podendo chegar a 1,5g/kg/dia em casos de sarcopenia) é essencial para preservar e recuperar a massa muscular.
• Controle de doenças crônicas: Como diabetes, insuficiência cardíaca, doenças renais e pulmonares, que podem agravar a perda muscular.
• Uso de suplementos e vitaminas, se necessário: Mediante avaliação clínica, é possível complementar a dieta com aminoácidos, micronutrientes e ativos com efeito anabólico.

O objetivo do tratamento não é apenas recuperar a massa muscular perdida, mas também prevenir a progressão da sarcopenia.

Suplementos que ajudam a tratar e prevenir a sarcopenia

Como falamos, remédios, vitaminas e suplementos para prevenir e tratar sarcopenia, contudo não existe uma fórmula única, vai depender bastante da individualidade de cada paciente. 

Alguns dos ativos que podem ser recomendados são:

• Vitamina D: Essencial para a força muscular e para a manutenção da função neuromuscular, especialmente em idosos.
• Whey protein: Ajuda na síntese de proteína muscular e é uma fonte de alto valor biológico, ideal para uso no pós-treino.
• Creatina: Aumenta a força, volume e resistência muscular, além de melhorar a performance em treinos de resistência.
• BCAA: Melhora a recuperação muscular e pode reduzir a fadiga durante o exercício.
• Leucina: Estimula diretamente a síntese proteica via ativação da via mTOR, fundamental no combate à perda muscular.
• HMB (hidroximetilbutirato): Mantém a massa magra, reduz o catabolismo muscular e pode ser útil mesmo em repouso prolongado.
• Zinco, selênio e magnésio: Micronutrientes essenciais para a contração muscular, produção hormonal e controle do estresse oxidativo.
• Ômega-3: Atua como anti-inflamatório muscular, além de contribuir para a síntese proteica em idosos.
• Coenzima Q10: Melhora a energia mitocondrial, ajudando na função muscular e na fadiga.
• Testosterona bioidêntica: Indicada para homens com deficiência comprovada, pode melhorar a força e prevenir a sarcopenia.
• GH (hormônio do crescimento): Em casos específicos, pode ser utilizado para estimular a regeneração e o crescimento muscular, sempre com orientação médica.

Esses suplementos devem sempre ser indicados por médicos ou nutricionistas. Evite a automedicação.

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Manipulados para sarcopenia 

O uso de manipulados para sarcopenia é uma alternativa estratégica que tem ganhado cada vez mais destaque, principalmente pela personalização das fórmulas. 

Em farmácias de manipulação, é possível criar combinações que associam ativos com mecanismos de ação sinérgicos, em dosagens ajustadas conforme o histórico clínico, hábitos alimentares, idade e objetivos terapêuticos do paciente.

Além de todas as opções mencionadas na lista de suplementos, algumas das combinações e ativos eficientes no tratamento da sarcopenia que podem ser manipulados são:

• HMB + Vitamina D: Promove manutenção da massa magra e melhora a função muscular.
• Creatina + Beta-alanina: Aumenta a força e a resistência em treinos de resistência.
• BCAA + Glutamina + Zinco: Favorece a recuperação muscular e modula o sistema imunológico.
• Leucina isolada: Atua diretamente na via mTOR, essencial para a síntese proteica.
• Maca peruana ou Tribulus terrestris: Estimula a produção hormonal natural.
• Ashwagandha: Auxilia no equilíbrio hormonal, no controle do estresse e da inflamação.
• Multivitamínicos manipulados: Reforçam o aporte de micronutrientes essenciais à saúde muscular, como zinco, selênio, magnésio e vitaminas do complexo B.
• BODYBALANCE®: Formulado com peptídeos bioativos do colágeno, maximiza a biodisponibilidade dos aminoácidos essenciais presentes em sua composição, sendo benéfico especialmente para idosos que sofrem de perda muscular relacionada à idade.
• Chronic: Atua na construção, manutenção e restauração dos tecidos ósseos, musculares e articulares, podendo atuar como um agente terapêutico a longo prazo.

O tratamento personalizado pode ser um diferencial importante para evitar a progressão da sarcopenia e promover qualidade de vida. Mas vale lembrar que essas fórmulas devem sempre ser usadas com orientação de um profissional habilitado, como nutricionista, endocrinologista e nutrólogo. Converse com o seu médico sobre a manipulação de suplementos.

Por: Andressa Santana

Biomédica

CRBM: 5749 - 2ª Região