
Apesar de ser normal que um recém-nascido precise mamar com mais frequência, a amamentação pode ser uma preocupação entre as mães, que podem acabar tendo a falsa impressão de que tem um “leite fraco”.
Como recurso para lidar com a baixa produção de leite, algumas parteiras, consultoras de amamentação e até pediatras podem recomendar o uso da tintura de algodoeiro, um galactagogo natural encontrado em farmácias tradicionais e de manipulação.
Originária de regiões como o oeste da Índia, África e partes do Oriente Médio e Ásia Central, a planta é tradicionalmente utilizada em sistemas de medicina oriental, como a unani e a ayurvédica.
A tintura de algodoeiro tem sido indicada para estimular a produção de leite materno. Com propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e cicatrizantes, também pode ser usada para reduzir inchaços, aliviar dores e acelerar o processo de cicatrização.
Os principais benefícios associados à tintura de algodoeiro são:
Leia também: O que é a medicina Ayurveda e como ela funciona na prática.
Embora existam muitos relatos positivos de mães que utilizaram a substância durante a amamentação, a eficácia da tintura de algodoeiro ainda carece de comprovação científica robusta.
Segundo a plataforma LACTMED, do National Institutes of Health, as pesquisas existentes são insuficientes para validar seu uso como galactagogo.
Isso porque o fato de aumentar da produção de prolactina pela mulher não resulta, necessariamente, no aumento da produção de leite quando o leite já tem uma produção suficiente ou quando a insuficiência está no tecido das glândulas mamárias.
Portanto, é essencial que as mães busquem orientação profissional antes de iniciar qualquer tratamento fitoterápico.
Aproveite e saiba mais sobre a fitoterapia e seus benefícios.
O uso da tintura de algodoeiro deve ser feito conforme orientação. A recomendação geral é diluir 20 gotas em 50 ml de água ou aplicar diretamente na boca, três vezes ao dia, preferencialmente fora das refeições.
Porém, é essencial seguir a posologia indicada por profissionais, pois o uso inadequado pode reduzir sua eficácia ou até causar efeitos adversos. Além de manter a higiene adequada, é importante não encostar a cânula na boca, evitando a contaminação do frasco.
A automedicação não é recomendada, mesmo para produtos de origem natural. Além disso, o álcool é frequentemente utilizado como solvente na preparação de tinturas, pois ajuda a extrair os compostos ativos das plantas.
No entanto, seu uso pode levantar preocupações sobre a segurança e os possíveis efeitos no bebê. Sendo assim, o uso da tintura de algodoeiro deve ser feito sob supervisão médica ou de um profissional de saúde habilitado.
O consumo inadequado ou em doses superiores às indicadas pode acarretar em problemas à saúde.
Complete a sua leitura: Gestação segura: como proteger o organismo sem antibióticos.
Os efeitos da tintura de algodoeiro podem variar de pessoa para pessoa. Para o aumento da produção de leite materno, por exemplo, os relatos indicam que os resultados foram observados após algumas semanas de uso contínuo.
Entretanto, para outros benefícios, como a ação anti-inflamatória e cicatrizante, a tintura pode agir de forma mais rápida, sendo que em alguns dias já é possível notar alívio em dores ou inchaços.
Em todos os casos, é importante manter o uso conforme orientação do profissional.
O gossipol, princípio ativo da tintura de algodoeiro, pode causar alguns efeitos colaterais como cansaço excessivo, boca seca, problemas gastrointestinais e alterações no apetite.
Além disso, em doses elevadas, pode provocar intoxicação, problemas respiratórios e até insuficiência cardíaca. Assim, é crucial respeitar as orientações de dose e não exceder o recomendado, garantindo a segurança do tratamento.
Mulheres grávidas não devem utilizar a tintura pois existe o risco de malformações no feto e até aborto espontâneo.
Veja mais: Metilfolato: para que serve, indicações e contraindicações.
Além disso, pessoas com hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou com condições específicas de saúde, como doenças cardíacas também devem evitar o uso. Assim, o acompanhamento médico é essencial para garantir que o produto seja seguro.
CRBM: 35430
Deixe um Comentário