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Benzodiazepínicos: o que são, para que servem e como utilizá-los com segurança

Atualizado 04/07/25
Criado 04/07/25
Tempo de leitura: 4 minutos
Copo com água em cima de uma bandeja com uma cartela de comprimidos.
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Os benzodiazepínicos são medicamentos psicotrópicos usados principalmente no tratamento de ansiedade, insônia e crises convulsivas. Atuando no sistema nervoso central, eles potencializam a ação do GABA, o principal neurotransmissor inibitório do cérebro, promovendo relaxamento e sedação.

A descoberta dos benzodiazepínicos ocorreu por acidente em 1955 por Leo Sternbach, e sua introdução no mercado pela Hoffmann–La Roche, os benzodiazepínicos tornaram-se alguns dos medicamentos mais prescritos do mundo. 

O que são os benzodiazepínicos?

Os benzodiazepínicos são medicamentos sedativos, ansiolíticos, anticonvulsivantes e relaxantes musculares. 

Quimicamente, são derivados da fusão de um anel de benzeno com um de diazepina, e atuam sobre o receptor GABAA, amplificando a ação do GABA (ácido gama-aminobutírico), um neurotransmissor que inibe a atividade cerebral excessiva.

Os benzodiazepínicos listados incluem substâncias como diazepam, clonazepam, alprazolam, midazolam e bromazepam, entre outros.

Leia também: Phenibut: conheça o antagonista de GABA para ansiedade, sono e memória.

Para que serve um medicamento benzodiazepínico?

Um medicamento benzodiazepínico serve para tratar condições como transtornos de ansiedade, insônia, epilepsia, espasmos musculares, síndrome de abstinência alcoólica e como pré-medicação em procedimentos cirúrgicos. 

A escolha da opção adequada depende da duração de sua ação e da doença a ser tratada.

Enquanto benzodiazepínicos de curta duração (como midazolam e triazolam) são usados principalmente como hipnóticos, os de longa duração (como diazepam e clonazepam) são indicados para controle da ansiedade e epilepsia. 

Leia mais: Como diminuir o estresse: quais manipulados podem ajudar.

Como os benzodiazepínicos agem no cérebro?

Os mecanismos de ação dos dão-se através de ligações aos receptores GABA-A Isso resulta em uma abertura mais frequente dos canais de cloro nas membranas neuronais, hiperpolarizando a célula e reduzindo a excitabilidade cerebral.

Assim, esse processo explica as propriedades ansiolíticas, hipnóticas e anticonvulsivantes dos benzodiazepínicos gaba-dependentes. Embora eficazes, seu uso contínuo modifica essa interação, diminuindo a eficácia do medicamento com o tempo.

Quais os principais tipos de benzodiazepínicos?

Os benzodiazepínicos são classificados de acordo com sua meia-vida de eliminação, que refere-se ao tempo necessário para que a concentração do medicamento no corpo seja reduzida pela metade. Confira abaixo os principais benzodiazepínicos classificados segundo sua duração:

Duração ultracurta (menos de 6h):

  • Midazolam (Dormonid)
  • Triazolam

Curta duração (6-10h):

  • Bromazepam (Lexotan)
  • Flunitrazepam (Rohypnol)
  • Flurazepam

Duração intermediária (10-20h):

  • Alprazolam (Xanax, Frontal)
  • Lorazepam
  • Clordiazepóxido

Longa duração (24h):

  • Diazepam (Valium)
  • Clonazepam (Rivotril)

ATENÇÃO: Este é um conteúdo de caráter informativo. A Drogasil Manipulação não incentiva a automedicação e produz fórmulas manipuladas exclusivamente com base em prescrições feitas por profissionais de saúde habilitados.

Como usar os benzodiazepínicos com segurança?

O uso seguro de benzodiazepínicos requer orientação médica, pois seu uso prolongado pode levar à dependência física e psicológica. O ideal é utilizá-los por períodos curtos, com doses ajustadas à resposta clínica do paciente e sob supervisão constante. Assim, a descontinuação deve ser feita de forma gradual para evitar efeitos rebote ou síndrome de abstinência.

Além disso, é importante evitar o uso combinado com álcool ou outros depressores do sistema nervoso central, como opióides ou certos anticonvulsivantes, pois isso pode potencializar os efeitos sedativos e aumentar o risco de depressão respiratória. 

Pacientes idosos, pessoas com histórico de abuso de substâncias ou com doenças respiratórias devem receber atenção especial na prescrição e no acompanhamento.

O acompanhamento médico regular permite avaliar a eficácia do tratamento, monitorar efeitos adversos e definir o momento adequado para reduzir ou interromper o uso, com segurança e individualização da conduta terapêutica.

Quais são os efeitos colaterais dos benzodiazepínicos?

Os efeitos colaterais dos benzodiazepínicos incluem sonolência, tontura, fraqueza muscular, confusão mental, perda de memória e, em alguns casos, agressividade e desinibição comportamental. Em idosos, os riscos aumentam e incluem quedas, fraturas e declínio cognitivo.

Não obstante, o uso prolongado pode causar tolerância (necessidade de doses maiores para o mesmo efeito), dependência e sintomas de abstinência na interrupção. 

O que acontece ao misturar benzodiazepínicos e álcool?

A combinação de benzodiazepínicos e álcool é extremamente perigosa, pois ambos são depressores do sistema nervoso central. Juntos, eles potencializam seus efeitos, podendo causar sedação excessiva, coma e até morte por depressão respiratória.

Em outras palavras, essa mistura representa um risco elevado de overdose, especialmente quando associada a outras substâncias como opióides. Usuários crônicos dessas combinações apresentam maior propensão ao abuso de substâncias e complicações clínicas sérias.

Em situações de sedação excessiva ou overdose, pode ser indicado o uso do flumazenil, um antagonista específico dos receptores benzodiazepínicos que bloqueia a ação dos medicamentos no sistema nervoso central, revertendo seus efeitos de forma rápida. Seu uso requer cautela, especialmente em pacientes com risco de convulsão.

É possível usar medicamentos manipulados no lugar dos benzodiazepínicos?

Apesar de os benzodiazepínicos não poderem ser manipulados no Brasil por serem substâncias controladas com alto potencial de dependência, conforme determina a Portaria SVS/MS nº 344/1998 da Anvisa, a manipulação pode sim ter um papel importante no cuidado com a saúde mental, especialmente como alternativa complementar em determinados contextos.

Em casos leves de ansiedade ou em fases específicas do tratamento, como o desmame gradual de benzodiazepínicos, os médicos podem prescrever fórmulas manipuladas com ativos que ajudam a reduzir sintomas como insônia, agitação, irritabilidade e tensão. Essas formulações não contêm o princípio ativo do benzodiazepínico, mas atuam por outros mecanismos — como regulação do GABA, da serotonina ou do eixo HPA (relacionado ao estresse).

Além do suporte ao desmame, os manipulados também podem ser indicados quando há:

  • Necessidade de ajuste fino na dose, especialmente quando o paciente precisa iniciar ou reduzir gradualmente um tratamento.
  • Associação de diferentes ativos com ação sinérgica em uma única cápsula, facilitando a adesão.
  • Restrições a excipientes encontrados em medicamentos industrializados, como lactose, glúten ou corantes.
  • Preferência por formas farmacêuticas diferenciadas, como cápsulas gastrorresistentes, gomas mastigáveis, soluções orais ou sachês.

Alguns exemplos de ativos com ação ansiolítica que podem ser utilizados em fórmulas manipuladas são:

  • L-teanina – relaxante sem efeito sedativo, modulando GABA e dopamina.
  • 5-HTP – precursor da serotonina, auxilia em quadros de ansiedade e distúrbios do sono.
  • Passiflora incarnata – fitoterápico com ação calmante.
  • Valeriana officinalis – indicada principalmente para insônia de início.
  • Melissa officinalis – ansiolítica leve, segura e bem tolerada.
  • Magnésio – em formas como o dimalato e o treonato, ajuda na regulação neurológica.
  • GABA – neurotransmissor que reduz a excitabilidade do sistema nervoso central.
  • Ashwagandha – adaptógeno que modula o cortisol e melhora a resposta ao estresse.
  • Rhodiola rosea – indicada para fadiga e estresse mental.

Essas alternativas devem sempre ser prescritas por profissionais da saúde, com base em uma avaliação individualizada. A manipulação de medicamentos, quando bem indicada, pode ser uma ferramenta valiosa para promover conforto, segurança e personalização no tratamento da ansiedade, especialmente quando os benzodiazepínicos não são recomendados ou estão sendo retirados do tratamento.

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Por: Fabíola Tavares Lemos
Biomédica

CRBM: 35430

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